Uma das metas do Clube Kaplún é deixar registradas as iniciativas da Educomunicação no Distrito Federal. Segue abaixo um excelente relato construído depois de alguns contatos por iniciativa da professora Teresa Vasconcelos Caldeira Brant.
"O Programa Rede Brasília Agente Jovem representou a reaplicação e ampliação do projeto Brasíliagenda Escola, uma revista do Instituto Terceiro Setor(ONG Brasília/DF), com conteúdo e linguagem voltados para estudantes do Ensino Médio da Rede Pública do DF, incluindo escolas urbanas e rurais, com foco no fortalecimento das dimensões sociocultural, ambiental e cidadã nos processos escolares. A agenda tem uma tiragem de 60.000 exemplares mensais distribuídos gratuitamente, desde 2013, em 55 Centros de Ensino Médio da Rede Pública que aderiram ao Programa do Ensino Médio Inovador (ProEMI).
O Programa Rede Brasília Agente Jovem foi uma ação de educação complementar para direitos humanos (segundo a abordagem sistêmica e integradora proposta pelo Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH 3), com o objetivo de constituir uma Rede que, a partir de um veículo de comunicação educativa (Brasíliagenda Escola) crie, desenvolva e estimule ações comprometidas com o exercício da cidadania e a participação dos joven
O Programa Rede Brasília Agente Jovem representou o aprofundamento das interações construídas em 2013 e 2014 no âmbito da Brasíliagenda Escola, entre processos pedagógicos, expressões culturais e a cena cultural do Distrito Federal com foco na cidadania: na formação de sujeitos capazes de interpretar, incidir e transformar seus contextos.
A proposta do Programa Rede Brasília Agente Jovem partiu de uma concepção onde a cultura, os processos educativos e o protagonismo juvenil se articulam na construção de uma cidadania mobilizada, capaz de participar individual e coletivamente dos processos sociais, políticos e culturais das suas comunidades e da sociedade. Dando continuidade ao trabalho com as 55 escolas públicas de ensino médio, integradas ao ProEMI, já atendidas pela Brasíliagenda Escola, com a participação direta de pelo menos 220 estudantes (quatro estudantes por escola) e 55 professores (um por escola), o projeto incluiu ações de mobilização com impacto sobre todos os 58.912 estudantes da rede focalizada. O trabalho se estruturou em atividades que articulam cultura e cidadania, com ênfase na participação dos estudantes. A metodologia agregou fundamentos de protagonismo juvenil e educomunicação. Na programação constava atividades nas escolas, atividades com grupos específicos e atividades que agruparam todas as escolas envolvidas, promovendo interações entre os estudantes de cada escola e entre as diferentes escolas, criando sub-redes regionais e uma rede geral envolvendo todo o universo escolar.
Nas 55 escolas públicas de ensino médio das 14 regionais de ensino do Distrito Federal (Brazlândia, Ceilândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirantes, Planaltina, Plano Piloto, Paranoá, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria, Sobradinho, São Sebastião, Taguatinga) focalizadas pelo Projeto Rede Brasília Agente Jovem, encontramos os diferentes contextos urbanos e rurais que retratam a diversidade sociocultural e socioeconômica do Distrito Federal. Um cenário onde coexistem escolas como a CEM São Francisco, que com 1200 alunos conta com uma estrutura completa que inclui teatro, equipamento de som, iluminação e projeção, auditório, quadra coberta, sala de leitura, laboratório de informática, possui grêmio estudantil atuante e até mesmo uma gráfica, e escolas como a CED 416 de Santa Maria, que com 500 alunos possui apenas uma quadra aberta, sala de leitura e um pátio (dados primários produzidos pelo Brasília Agenda Escola sobre a estrutura e o funcionamento da rede de ensino).
O Projeto Rede Brasília Agente Jovem foi estruturado, a partir de um Núcleo Integrador de três Eixos de ação.
O Núcleo Integrador do Programa Rede Brasília Agente Jovem foi a elaboração, publicação e distribuição da Brasíliagenda Escola complementada pelo desenvolvimento de um site Rede Brasília Agente Jovem e de um aplicativo para celular. A agenda foi uma revista sociocultural, produzida com conteúdo e linguagem voltados para estudantes do Ensino Médio da Rede Pública de Ensino Médio do DF, incluindo escolas urbanas e rurais que aderiram ao Programa Ensino Médio Inovador – ProEMI.
Desde 2013, sua prioridade é a divulgação de atividades artísticas e pedagógicas capazes de articular o interesse dos estudantes pela arte e pela cultura com temas transversais relacionados aos direitos humanos à participação e ao protagonismo social. A publicação contava com 60.000 exemplares mensais distribuídos gratuitamente em 55 Centros de Ensino Médio da Rede Pública que aderiram ao ProEMI, possui um link no site www.brasilagenda.com.br e página no facebook (https://www.facebook.com/BrasiliagendaEscola/).
Esse núcleo foi responsável por todas as atividades de mediação e facilitação da Rede Brasília Agente Jovem, foi composto pelas equipes pedagógica (Coordenação pedagógica, Coordenações de Áreas Temáticas (Eixos e Consultorias) e pela equipe Editorial (Jornalista, Editores, Produção e Conselho Editorial Jovem) da Brasíliagenda Escola.
Eixo I – voltado para a produção e organização de conteúdos gerados ou selecionados pelo Conselho Editorial Jovem e Agentes Jovens para elaboração da Brasíliagenda Escola, com foco na articulação da arte, da cultura e do cenário cultural com os temas transversais do currículo escolar (direitos humanos, participação política, sexualidade, saúde, afetividade, dependência química, etc.) e na criação de sinergias e interações entre os estudantes, entre as escolas, e entre as manifestações culturais do Distrito Federal e os conteúdos pedagógicos abordados em sala de aula, essenciais para a construção da cidadania. Este eixo articula ações de Formação do Conselho Editorial Jovem, com dois estudantes representantes, titular e suplente, de cada uma das 14 regionais de ensino, para elaboração da Brasíliagenda Escola.
Eixo II- democratização da produção cultural do Distrito Federal - voltado para a promoção do intercâmbio e ampliação da visibilidade da produção cultural dos estudantes e dos territórios onde vivem e estudam, em geral uma produção periférica e invisível, mas de grande potencial transformador quando integrada a processos educativos e dinâmicas territoriais mais amplas. Este eixo articula ações de formação dos 192 estudantes integrantes da Rede Brasília Agente jovem, com foco na elaboração da cartografia sociocultural de suas comunidades.
Eixo III- ampliação do acesso, da incidência e da interação entre comunidade escolar e políticas públicas do GDF e do Governo Federal voltadas para Cultura, Educação e Participação Social. Este eixo articulou ações de Encontros/Seminários, participação em reuniões pedagógicas e rodas de conversa contemplando todas as escolas envolvidas no projeto.
Na programação constavam as seguintes linhas de ação:
(1) ações focalizadas no Eixo I de articulação da arte, da cultura e do cenário cultural com os temas transversais do currículo escolar, com a constituição do Conselho Editorial Jovem (28 estudantes) e incluem atividades de formação e as reuniões de pauta do conselho;
(2) ações focalizadas no Eixo II de democratização do acesso à produção cultural do Distrito Federal, que incluem a formação em cartografia sociocultural de 192 estudantes;
(3) ações focalizadas no Eixo III de ampliação do acesso, da incidência e da integração entre comunidade escolar e políticas públicas voltadas para os agentes jovens e professores com atividades de formação nos seminários trimestrais.
O projeto foi exitoso e possibilitou a interface das escolas públicas do DF
O projeto foi exitoso e possibilitou a interface das escolas públicas do DF, realizando todos os objetivos da sua proposta pedagógica, com a constituição do Conselho Editorial Jovem de Educomunicadores, com a produção de edições do Brasíliagenda Escola, distribuídas na Rede Pública de Ensino." (Março de 2019)
Teresa Vasconcelos Caldeira Brant
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